E porque a viagem se faz pela estrada e (quase) nunca esticado numa rede em frente da praia, tinha chegado a hora de arrumar a trouxa e seguir o meu caminho. A algumas centenas de quilómetros para norte tinha como destino a cidade costeira de Pemba.
Pelo caminho parei em Chiúre, uma pequena vila, com uma carga especial para mim. Na altura estava a precisar de descanso e de pôr "alguma coisa no estômago" e tudo pareceu perfeito: enquanto abastecia a mota deparei-me com um restaurante, pequeno e demasiado limpinho para o padrão local. Com uma esplanada agradável, resolvi ficar para o almoço. Na entrada uma placa anunciava o menu do dia:
"Prato: Pato guisado com arroz de cenoura
Sobremesa: Salada de Fruta
Café"
Qualquer pessoa sabe que um menu destes, deliciosamente simples, só pode ser feito ou pensado por um português.
Pelo caminho parei em Chiúre, uma pequena vila, com uma carga especial para mim. Na altura estava a precisar de descanso e de pôr "alguma coisa no estômago" e tudo pareceu perfeito: enquanto abastecia a mota deparei-me com um restaurante, pequeno e demasiado limpinho para o padrão local. Com uma esplanada agradável, resolvi ficar para o almoço. Na entrada uma placa anunciava o menu do dia:
"Prato: Pato guisado com arroz de cenoura
Sobremesa: Salada de Fruta
Café"
Qualquer pessoa sabe que um menu destes, deliciosamente simples, só pode ser feito ou pensado por um português.
No Chiúre, um local com infraestruturas muito básicas, uma pequena vila a milhares de quilómetros dea capital Maputo, encontrar algo assim é como ir a passear por uma rua secundária em "Alguidar de Baixo" e encontrar um restaurante que anuncia um "Biscuit tiède de chocolat coulant" para a sobremesa.
Pedi então o prato e perguntei ao empregado quem era o responsável por tal estranho mas agradável menu.
- Ah, isto é da Mamã Esmeralda.
Pouco depois, enquanto devorava o pato, uma senhora apareceu na esplanada e perguntou-me como estava o almoço.
A Srª Esmeralda Correia, dona e gerente, juntamente com o marido, daquele restaurante e de muitas lojas, armazéns e hectares de terra no Chiúre está há muitos anos por lá e continua cheia de projectos. De uma simplicidade e simpatia rara, esta senhora cheia de energia falou-me da sua vida de outros tempos, dos seus projectos, suas dificuldades e conquistas. Todos na vila respeitam muito a Mamã Esmeralda.
Despedi-me com pena desta nobre senhora e fui, a pouca distância dali, conhecer outra mulher incrível: a Irmã Cândida, das Irmãs Salesianas.
Este grupo católico, com a ajuda de jovens de todo o mundo em regime de voluntariado, oferece o seu trabalho aos habitantes do Chiúre e arredores. Guiado pela Irmã tive oportunidade de visitar a Escolinha, um espaço de tempos livres para crianças até aos 6/7 anos e de me deliciar com as brincadeiras destes pequenos.
Pedi então o prato e perguntei ao empregado quem era o responsável por tal estranho mas agradável menu.
- Ah, isto é da Mamã Esmeralda.
Pouco depois, enquanto devorava o pato, uma senhora apareceu na esplanada e perguntou-me como estava o almoço.
A Srª Esmeralda Correia, dona e gerente, juntamente com o marido, daquele restaurante e de muitas lojas, armazéns e hectares de terra no Chiúre está há muitos anos por lá e continua cheia de projectos. De uma simplicidade e simpatia rara, esta senhora cheia de energia falou-me da sua vida de outros tempos, dos seus projectos, suas dificuldades e conquistas. Todos na vila respeitam muito a Mamã Esmeralda.
Despedi-me com pena desta nobre senhora e fui, a pouca distância dali, conhecer outra mulher incrível: a Irmã Cândida, das Irmãs Salesianas.
Este grupo católico, com a ajuda de jovens de todo o mundo em regime de voluntariado, oferece o seu trabalho aos habitantes do Chiúre e arredores. Guiado pela Irmã tive oportunidade de visitar a Escolinha, um espaço de tempos livres para crianças até aos 6/7 anos e de me deliciar com as brincadeiras destes pequenos.
Escolinha para crianças carenciadas no Chiúre
É sensibilizante ver a relação que estas crianças, muitas órfãs, ou sem qualquer apoio dos pais cria com os educadores, com as Irmãs, voluntários ou qualquer pessoa que esteja disposto a lhes dar atenção.
Passar ali algumas horas a falar com a Irmã, educadores e crianças fez-me entender melhor a realização que se pode alcançar ajudando os outros.
Sem qualquer apoio do estado a gestão de todo este processo de ajuda é extremamente difícil o que torna as pessoas envolvidas nele, os verdadeiros heróis do nosso tempo.
Passar ali algumas horas a falar com a Irmã, educadores e crianças fez-me entender melhor a realização que se pode alcançar ajudando os outros.
Sem qualquer apoio do estado a gestão de todo este processo de ajuda é extremamente difícil o que torna as pessoas envolvidas nele, os verdadeiros heróis do nosso tempo.
"Êssá é a bandêrá do Guêbuza!!!" (PR de Moçambique) - responderam-me em coro...
- Mas meu filho, eu não consigo entender porque viajas tanto assim, mas apesar de não conseguir perceber o objectivo de tal viagem vai com Deus e que ele te guie no teu longo caminho. - disse-me a Irmã Cândida enquanto caminhávamos.
- Irmã, viajo para ver com os meus olhos lugares como este e conhecer pessoas como a senhora. - respondi.
Sinceramente tive vontade de ficar e ajudar. Pensei nisso durante os dias que se seguiram. É uma ideia que se mantém.
O Mundo precisa de mais Irmãs Cândidas.
Segui no final do dia para Pemba onde me esperava o André, um amigo que conheci em Maputo. Iria ficar em casa dele e demorar-me por lá.
Afinal de contas Pemba tem praias fabulosas e pessoas muito interessantes.
Não é difícil perder a noção do tempo quando se está entre amigos.
Afinal de contas Pemba tem praias fabulosas e pessoas muito interessantes.
Não é difícil perder a noção do tempo quando se está entre amigos.
Um dos muitos bairros de Pemba com vista para o "Pemba Beach Resort&Spa"
África é sem dúvida um Continente dos contrastes.
Escadas de acesso à praia de Pemba (a 30 seg. da casa do André)
O paraíso podia chamar-se Murrebué
Em busca dos caranguejos para o almoço
Praia principal de Pemba - Wimbe
Só agora reparei nessas fotos da escolinha do Chiúre!!!
ResponderEliminar"bom dia, bom dia, bom dia irmã Cândida como vai?!" - este era o inicio da música de boas vindas lolol
Q Saudade!!!
E a salinha de leitura tem umas flores pintadas por mim na parede!!! Na sala ao lado vacinei todas as criancinhas e titias... Por baixo da enorme mangueira do pátio fizemos o teatro com fantoches feitos de meias...
Q Saudade do Chiúre, dessas gentes de melodiosos sorrisos e olhares de mtas vidas vividas...
Quem passa no Chiúre trá-lo no coração.
As irmãs acolhem como ninguém e com uma bondade de coração q nos sentimos pequenos...
Saudade ao meu Chiúre.
Eu ;)
Olá! Como faço para colaborar com essa escola? Vou ficar 22 dias em
ResponderEliminarMoçambique, tenho roupas para doar novas para crianças nessa idade e depois tenho interesse de ir até pemba!
Muitas saudades dessa terra também :) Passei lá uns meses em 2015, entre Chiúre e Ocúa, à beira do rio Lúrio. Pessoas extraordinárias que nunca mais esquecerei, e que me fizeram sentir em casa. A começar pela Dona Esmeralda! Quando a conheci já era viúva, mas continuava com uma determinação férrea e cheia de projectos!
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