Nampula é a capital da província com o mesmo nome. A passagem por esta cidade é obrigatória vindo do sul para chegar à Ilha de Moçambique. Ali a minha estadia foi aproveitada para um merecido descanso depois da tirada em terra batida desde o Gurué.
Tinha ouvido muitos comentários desde Maputo desta cidade, alertando-me para a elevada criminalidade e do "perigo que é Nampula". Felizmente tudo correu normalmente... bem. Fiquei com a sensação de ser mais uma cidade igual a tantas outras em Moçambique, grande, com bastante movimento, contudo sem especial interesse.
Da cidade ficou-me a visita ao "centro de artesanato" local onde uma dúzia de artistas Makondes esculpem esculturas e objectos em pau-preto e comercializam ali a sua arte.
Os Makondes, povo Bantu originário de uma zona a sul do lago Niassa, são grandes artistas a trabalhar o pau-preto.
Este povo tem grandes preocupações estéticas, que se podem observar não só nas máscaras e esculturas, mas em todo o tipo de objectos.
Todos os objectos são feitos com grande sensibilidade estética e demonstram um amor pela beleza: caixas de remédio e rapé, cachimbos, tambores, instrumentos rituais, máscaras, pulseiras, brincos e muitas esculturas.
O tema mais comum da escultura makonde é a mulher com uma criança. Segundo estes, o primeiro ancestral makonde nasceu de uma escultura.
Outro local que me impressionou foi a Catedral de Nossa Senhora de Fátima. Sendo muito simples é no entanto imponente e é um dos símbolos desta cidade.
Outra igreja por onde passei pelo caminho foi a da Missão de Anchilo. O seu painel de azulejos de Nossa Senhora dos Remédios destaca-se e torna-a ainda mais bonita.
Tinha ouvido muitos comentários desde Maputo desta cidade, alertando-me para a elevada criminalidade e do "perigo que é Nampula". Felizmente tudo correu normalmente... bem. Fiquei com a sensação de ser mais uma cidade igual a tantas outras em Moçambique, grande, com bastante movimento, contudo sem especial interesse.
Da cidade ficou-me a visita ao "centro de artesanato" local onde uma dúzia de artistas Makondes esculpem esculturas e objectos em pau-preto e comercializam ali a sua arte.
Os Makondes, povo Bantu originário de uma zona a sul do lago Niassa, são grandes artistas a trabalhar o pau-preto.
Este povo tem grandes preocupações estéticas, que se podem observar não só nas máscaras e esculturas, mas em todo o tipo de objectos.
Todos os objectos são feitos com grande sensibilidade estética e demonstram um amor pela beleza: caixas de remédio e rapé, cachimbos, tambores, instrumentos rituais, máscaras, pulseiras, brincos e muitas esculturas.
O tema mais comum da escultura makonde é a mulher com uma criança. Segundo estes, o primeiro ancestral makonde nasceu de uma escultura.
Outro local que me impressionou foi a Catedral de Nossa Senhora de Fátima. Sendo muito simples é no entanto imponente e é um dos símbolos desta cidade.
Outra igreja por onde passei pelo caminho foi a da Missão de Anchilo. O seu painel de azulejos de Nossa Senhora dos Remédios destaca-se e torna-a ainda mais bonita.
Durante muitos anos a Ilha fez parte da lista dos meus lugares especiais a visitar. Muito tempo passei sonhando com este lugar, singular e "mágico".
Finalmente a visita.
A Ilha de Moçambique está ligada ao continente por uma ponte com cerca de 3 km de comprimento, construída nos anos 60.
Finalmente a visita.
A Ilha de Moçambique está ligada ao continente por uma ponte com cerca de 3 km de comprimento, construída nos anos 60.
Quando Vasco da Gama aqui chegou, no século XV, a povoação swahili de árabes e negros era subordinada do sultão de Zanzibar.
Quando os portugueses (sempre os portugueses..) a ocuparam já era um ponto estratégico de comércio com o Mar Vermelho, a Pérsia, a Índia e as ilhas do Índico.
Assim a ilha de Moçambique ganhou uma importância estratégica como escala de navegação da carreira da Índia que ligava Lisboa a Goa, tornando-se o entreposto da troca de especiarias, panos e missangas da Índia por ouro, escravos, marfim e pau preto de África.
A exportação de escravos era o principal comércio da ilha, tal como a do Ibo mas a Independência do Brasil em 1822, que era o principal destino deste comércio, voltou a deixar a ilha no marasmo. O golpe final foi a passagem da capital da colónia para Lourenço Marques, em 1898. Depois da abertura do porto de Nacala, em 1970, a ilha perdeu o que restava da sua importância estratégica e comercial.
Também Luís de Camões por aqui passou (e parece que um mau bocado) onde escreveu parte de "Os Lusíadas". Regressou a Portugal, depois de ajudado por amigos, onde publicou a obra.
Quando os portugueses (sempre os portugueses..) a ocuparam já era um ponto estratégico de comércio com o Mar Vermelho, a Pérsia, a Índia e as ilhas do Índico.
Assim a ilha de Moçambique ganhou uma importância estratégica como escala de navegação da carreira da Índia que ligava Lisboa a Goa, tornando-se o entreposto da troca de especiarias, panos e missangas da Índia por ouro, escravos, marfim e pau preto de África.
A exportação de escravos era o principal comércio da ilha, tal como a do Ibo mas a Independência do Brasil em 1822, que era o principal destino deste comércio, voltou a deixar a ilha no marasmo. O golpe final foi a passagem da capital da colónia para Lourenço Marques, em 1898. Depois da abertura do porto de Nacala, em 1970, a ilha perdeu o que restava da sua importância estratégica e comercial.
Também Luís de Camões por aqui passou (e parece que um mau bocado) onde escreveu parte de "Os Lusíadas". Regressou a Portugal, depois de ajudado por amigos, onde publicou a obra.
Devido à sua rica história e património arquitectónico, a Ilha foi considerada pela UNESCO, em 1991 Património Mundial da Humanidade.
Deixei-me perder pelas ruas da ilha, umas abandonadas, outras sobrepovoadas. Vários edifícios foram ou estão em recuperação e alguns tornaram-se pitorescos restaurantes ou pensões.
As ruas são tipicamente árabes, estreitas e sinuosas, repletas de igrejas e mesquitas.
Deixei-me perder pelas ruas da ilha, umas abandonadas, outras sobrepovoadas. Vários edifícios foram ou estão em recuperação e alguns tornaram-se pitorescos restaurantes ou pensões.
As ruas são tipicamente árabes, estreitas e sinuosas, repletas de igrejas e mesquitas.
Apesar das grandes expectativas que tinha deste lugar não me desiludi. A energia deste recanto é incrível e uma recordação muito especial que guardo desta viagem.
Pintura da face com Mussiro, uma pasta feita com os ramos dessa planta (serve para tratar febre e dores de garganta ou pode ser um sinal de celebração, rito de iniciação, etc)
O incrivelmente belo (e decadente) hospital da Ilha. Dizem que se tornará brevemente num hotel de luxo
Danças tradicionais a decorrerem num fim-de-semana normal na Ilha
Esta visita ficará como um momento muito bonito da minha viagem por todo o ambiente, as pessoas e o cenário.
Segui para as Chocas (e sua fabulosa praia). Antes atravessei de dhow (barco tradicional à vela) para a Cabeceira Grande onde visitei a igreja mais antiga de Moçambique.
Esta visita ficará como um momento muito bonito da minha viagem por todo o ambiente, as pessoas e o cenário.
Segui para as Chocas (e sua fabulosa praia). Antes atravessei de dhow (barco tradicional à vela) para a Cabeceira Grande onde visitei a igreja mais antiga de Moçambique.
Simplesmente Genial. Grandes fotos, que relatam e transmitem aquilo que o coraçao nao vê!
ResponderEliminarParabéns
Carlos Magalhães
Sei q consegues sentir o meu sorriso e brilho no olhar. Palavras p quê?!
ResponderEliminarPostaste uma foto de uma das ruas de que mais gostei... :)
Q Saudade dessa magia silenciosa e mistica suspensa no tempo.
Moçambique sulca-nos indelevelmente a alma... e essa ilha é sem dúvida alguma única.
S.