quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

Partida de Moçambique - Mueda

Mueda é uma pequena vila, no interior, ponto de passagem para quem pretende seguir para Norte de Moçambique pela novíssima Ponte da Unidade que atravessa o Rio Rovuma. Deste modo decidi seguir para Mueda, rumo à Tanzânia.

Dantes era possível cruzar o rio, mais perto da costa, com um pequeno Ferry que fazia o transporte de viaturas. Este barco afundou-se em 2008 e ainda não foi substituído. Apesar da população local "oferecer" o transporte os veículos decidi não arriscar e, mesmo fazendo mais umas centenas de quilómetros, decidi experimentar a novíssima ponte da Unidade.

Mueda foi fundada em torno de um quartel do exército colonial português, sendo actualmente um dos centros principais da cultura maconde.

 
 Cigarros à venda no mercado de Mueda
 
Outro tema incontornável quando se fala de Mueda é do "massacre" que aí ocorreu quando "no dia 16 de Junho de 1960 (....) reuniram-se em Mueda milhares de agricultores da região para exigirem do Governador, presente no local, a melhoria das condições de vida e a possibilidade de criação de cooperativas. Depois de mais de quatro horas de reunião sem qualquer acordo, as autoridades acabaram por dispersar a multidão com recurso às armas, o que se traduziu por verdadeiro massacre, julgando-se que possam ter morrido cerca de meio milhar de pessoas".

O número de vitimas do alegado "massacre" é segundo o governo de moçambique superior a meio milhar.
Já testemunhas locais moçambicanos e portugueses afirmam que as vítimas não ultrapassaram as 15.

 

 
 
 
 
Discussões à parte Mueda é usada como local para fazer politica e pouco mais.






Algumas recordações de Mueda


Passada a noite segui rumo à fronteira para entrar na Tanzânia.

Infelizmente tinha chegado a hora de deixar Moçambique.

Esperavam-me quase 200 quilómetros numa estrada de terra batida, com muita areia e algumas peripécias até entrar definitivamente em solo tanzaniano.

A Ilha (mágica) do Ibo

Se a visita à Ilha de Moçambique foi um momento mágico o que dizer da estadia na pequena Ilha do Ibo, situado no Parque das Quirimbas, a norte de Pemba. E que sorte foi ter a companhia de gente boa e genuína como o Xano e a Rita.

Com 10 quilómetros de comprimento e apenas cinco de largura, esta pequena ilha já foi no século XVII e antes da Ilha de Moçambique a capital desta vasta zona que os portugueses dominavam.

Estrategicamente situada, a sua localização permitia controlar o comércio árabe na região.

O tempo parece ter parado neste lugar. São as ruínas a testemunhar e dar sinais de uma grandeza à muito perdida. As varandas trabalhadas, as paredes grossas, as telhas à portuguesa e as portas árabes são alguns dos sinais de uma arquitectura variada que marca o Ibo e as pessoas que o visitam.

Não haver electricidade não chateia. Este é um lugar certo para o repouso, o sonho e a poesia.





Depois de algumas horas de terra batida desde Pemba apanhamos o barco para o Ibo. A travessia só pode ser feita quando a maré assim o permite.







As ruínas, as gentes e a Natureza transformam este pedaço de terra num lugar mágico




  Três amigas


 O final do dia é sempre um momento especial no Ibo

 


Frelimo promete...




Não havendo electricidade na ilha um bom negócio é ter um gerador e carregar telemóveis


Outros países europeus da época tentaram por várias vezes conquistar a Ilha. Desse modo os portugueses construíram em  finais do séc. XVIII (l791) a  fortaleza do Ibo.



Apesar de não funcionar a Central Eléctrica está lá



O movimento de entrada e saída da Ilha é regido pela maré 




As suas gentes







Dia 0 para o Xano e a Rita na nova casa do Ibo





O fabuloso Parque Nacional das Quirimbas. 



Regresso a Pemba