A palavra Lesoto (le-soo-too) traduzida para o português significa "reino dos céus". Para se perceber porquê basta dizer que é o país no Mundo que tem no seu ponto mais baixo o mais alto em todo o Mundo. Isto é, não se consegue estar a menos que 1000 metros de altitude neste país.
Entrando no país sobe-se a outro mundo. Uma terra de cenários de montanha lindos, trilhos fantásticos, povoada de gente humilde, trabalhadora e com orgulho na sua tradição: o povo basotho. Em grande parte dos locais os carros são substituídos por cavalos e as carrinhas de carga por mulas.
É uma África diferente esta, chegando nos meses de inverno a estar coberta de neve. As pessoas, mesmo com um clima que neste momento em muitas zonas me parece temperado, cobrem-se de mantas de algodão e usam máscaras de neve.
Todo este cenário dá a sensação de se estar a viver num Faroeste. Junto aos mercados cavalos e mulas são presos em locais próprios, por todo o lado se ouve o relinchar dos animais. As mulas, pacíficas, são carregadas com sacos de farinha e até cerveja..
Entrei no Lesoto por uma das fronteiras menos frequentadas. No geral, nos países que atravesso, gosto de escolher a passagem menos frequentada. Gosto de fronteiras, daquelas "entradas" remotas, só com gente locais, onde muitas vezes apenas existe um guarda e pouco mais.
Desta vez foi igual. Nem foi preciso tirar o capacete. Carimbo no passaporte e siga. Porque tudo tem de ser tão difícil na maior parte dos países em África. Porque não pode ser como o Lesoto?!
Desta vez foi igual. Nem foi preciso tirar o capacete. Carimbo no passaporte e siga. Porque tudo tem de ser tão difícil na maior parte dos países em África. Porque não pode ser como o Lesoto?!
A partir do momento que entrei no Lesoto percebi que as boas estradas em alcatrão tinham acabado. Chega de Ipod nos ouvidos e "apenas rodar o punho". Voltou outra vez a preocupação com os buracos na estrada, a tensão acumulada nas costas, o medo que qualquer animal (racional ou não) se atravesse de repente no meu caminho.
Depois de entrar pela fronteira de Tele Bridge, na parte Sudoeste do Lesoto dirigi-me para Nordeste, para Malealea.
Ao chegar, atravessando aqueles últimos quilómetros deparei-me com uma placa onde se podia ler:
"Wayfarer, Pause and Look Upon
A Gateway of Paradise"
A Gateway of Paradise"
Entrada para o paraíso (Malealea)
Passada este aviso dezenas de montanhas começaram a aparecer no horizonte, um cenário inexplicável. O já adiantar da tarde, com a "luz mágica" de final de dia típica de África, reforçou ainda mais a beleza daquela paisagem.
Malealea começou por ser um posto de paragem onde viajantes podiam descansar, obter provisões e continuar sua viagem e foi-se transformando em lodge onde turistas podem ficar para apreciar o melhor do Lesoto tem para oferecer. Casas típicas dos Basotho são postas há disposição: comida, água e cama lavada dão às pessoas o conforto (mais que) suficiente para por ali ficar e conhecer a região.
Estava ali para conhecer a região e assim o fiz.
No dia seguinte tirei todo o peso da "minha mula" e só com a máquina fotográfica passei o dia a explorar. Nesse dia fiz mais de 300km, quase sempre em picada e devo dizer que até este momento foi dos dias mais cansativos (e que mais prazer me deu) desde que comecei a viagem.
Deixar-me perder por picadas, sempre com muitas aldeias,muitas pessoas. Absorver a cultura local, comunicar com as pessoas, apreciar as montanhas...foi único.
dear gonzalo
ResponderEliminarwe met in lesotho and you gave me your internet adress. i wrote, but it does not work. please write to "mw.schwarzott@gmx.de"
concerning my bike tour to sintra and meet you next summer best regards manfred