De repente, como tudo indicava pelo céu carregado a vir do Sul, vemo-nos no meio de uma tempestade, como um perfeito dilúvio e trovões, rebentando a algumas centenas de metros das nossas cabeças.
Depois da tentativa frustrada (e visto agora pouco inteligente) de encostarmos a mota na berma da estrada e tentarmos protegermo-nos da chuva junto a um casebre, já completamente ensopados (o algodão não engana...), enregelados e já com algum receio do que se iria passar, andámos uns bons km´s até que surgiu um ponto de luz que avistámos no meio da escuridão. Dirigimo-nos para lá.
Tinhamos chegado à "salvadora" vila da Mengue. A luz vinha dum jango à beira da estrada, cheio de pessoas da terra a "beber umas" enquanto se iam divertindo ao ver quem chegava, ensopado e a tremer de frio.
Lá dentro, fazendo um esforço em vão para nos secarmos e tentando fazer o nosso corpo chegar à sua temperatura normal, o grupo de locais ia rindo, trocando olhares e comentários.
Pouco depois a conversa começou a fluir e ali ficámos umas boas horas a ver a chuva cair forte do lado de fora.
O Sr. Mateus Kassoma, gerente do "estabelecimento comercial" onde vende o que dá jeito, desde rebuçados e bolachas maria até pacotes de whisky (telemóvel) e vinho tinto português contou-nos grande parte das suas recordações do tempo colonial e o que e como se passaram as coisas de seguida.
Tendo sido professor de História no Bié, hoje trabalhava ali num desses jangos que todas as vilas de Angola têm, dono de um qualquer General a viver em Luanda.
Ficou-me dessa noite um relato de um homem muito interessante que recordou outros tempos e opinou acerca do estado as coisas actualmente.
O chefe Mateus Kassoma orgulhoso do estabelecimento que gere na vila da Menga
(CONTINUA)
Fantástico, parece que sou eu que estou a viver e a ver isto localmente.
ResponderEliminarSergio geraldes