"O que eu posso retirar de tudo o que aconteceu é fundamentalmente a indiferença da comunidade internacional em relação à vida de sete ou oito milhões de africanos negros num pequeno país, sem importância estratégica ou recursos para nenhuma das potências mundiais. Um pequeno país sobrepovoado que se virou contra ele próprio e destruiu a sua própria população enquanto o Mundo assistiu sem encontrar maneira nem vontade para intervir."
(General Dallaire, comandante das forças da UNAMIR no Ruanda, mandado retirar pouco tempo depois de começado o genocídio)
Kigali, 6 de Abril de 1994: o avião transportando o Presidente do Ruanda, Habyarimana (de etnia Hutu) é abatido quando se aproximava do aeroporto de Kigali.
Nunca ninguém soube quem disparou o míssil mas, independentemente da responsabilidade do ataque, o evento desencadeou uma das maiores explosões de sangue do século 20.
Nos 100 dias que se seguiram perto de 1 milhão de Ruandeses de etnia Tutsi e moderados Hutus foram mortos das maneiras mais cruéis possíveis.
Um dos principais arquitectos do genocídio foi o Ministro da Defesa, Coronel Bagosora, que esteve encarregue do treino da milícia Interahamwe durante mais de um ano.
Depois do assassinato do presidente, um dos primeiros actos de Bagosora foi dar ordens ao exército para matar o primeiro ministro Agathe Uwilingiyimana, um Hutu moderado, assim como dez elementos da Força de Paz belga estacionados no país.
Depois do sucedido a Bélgica decidiu retirar todos os seus elementos do país (como Bagosora previu), facilitando o genocídio da minoria Tutsi no Ruanda.
O exercito Ruandês e os grupos de milícia Interahamwe tomaram conta do país bloqueando estradas, pilhando, violando e matando os habitantes Tutsis do país. Todos os dias milhares de Tutsis ou Hutus suspeitos de simpatizarem ou ajudarem o grupo étnico Tutsi foram mortos no local.
Aqueles que tentaram refugiar-se em igrejas, como tinha acontecido no passado, tornaram-se ainda num alvo mais fácil.
A parte mais chocante da tragédia foi o entusiasmo com que a população ordinária Hutu se juntou à matança. Desse modo, homens, mulheres e crianças participaram no assassinato de centenas de milhares de Tutsis.
O ódio, medo e vingança foi sendo incutida em toda a população Hutu através de uma muito bem organizada e eficaz operação de propaganda através da rádio e jornais pelas forças politicas e militares.
Todos estavam envolvidos e isso torna tudo mais dramático. Todos foram cúmplices, informadores ou assassinos. Vizinhos foram mortos por vizinhos, amigos por amigos. Todos se conheciam: quem já esteve em África sabe como pequenas são as aldeias, onde todos se conhecem, todos sabem quem é quem (não muito diferente das pequenas aldeias de Portugal).
A UNAMIR (força militar das Nações Unidas no Ruanda) esteve no local nos primeiros dias durante o genocídio, viu e relatou o que se estava a passar e teve ordens expressas para não intervir.
Depois do sucedido a Bélgica decidiu retirar todos os seus elementos do país (como Bagosora previu), facilitando o genocídio da minoria Tutsi no Ruanda.
O exercito Ruandês e os grupos de milícia Interahamwe tomaram conta do país bloqueando estradas, pilhando, violando e matando os habitantes Tutsis do país. Todos os dias milhares de Tutsis ou Hutus suspeitos de simpatizarem ou ajudarem o grupo étnico Tutsi foram mortos no local.
Aqueles que tentaram refugiar-se em igrejas, como tinha acontecido no passado, tornaram-se ainda num alvo mais fácil.
A parte mais chocante da tragédia foi o entusiasmo com que a população ordinária Hutu se juntou à matança. Desse modo, homens, mulheres e crianças participaram no assassinato de centenas de milhares de Tutsis.
O ódio, medo e vingança foi sendo incutida em toda a população Hutu através de uma muito bem organizada e eficaz operação de propaganda através da rádio e jornais pelas forças politicas e militares.
Todos estavam envolvidos e isso torna tudo mais dramático. Todos foram cúmplices, informadores ou assassinos. Vizinhos foram mortos por vizinhos, amigos por amigos. Todos se conheciam: quem já esteve em África sabe como pequenas são as aldeias, onde todos se conhecem, todos sabem quem é quem (não muito diferente das pequenas aldeias de Portugal).
A UNAMIR (força militar das Nações Unidas no Ruanda) esteve no local nos primeiros dias durante o genocídio, viu e relatou o que se estava a passar e teve ordens expressas para não intervir.
O general Dallaire, no comando da UNAMIR, com cerca de 5 mil capacetes azuis posicionados no Ruanda, avisou, através de um fax datado de 11 de janeiro de 1994 (exposto no Museu do Genocídio em Kigali), que um ataque contra a minoria Tutsi estava a ser preparado e pediu autorização para desmantelar os esconderijos de armas. Tal foi negado sob pretexto de que essa operação não estava incluída no mandato da ONU naquele país. Esse informação foi compartilhada com os embaixadores da Bélgica, França e Estados Unidos, países que também não reagiram.
Valas comuns do Genocídio de 1994 em Kigali
Alguns dos nomes das vítimas do massacre
"O meu segundo filho chamava-se Jean-Claude" - testemunhos emocionados de sobreviventes da tragédia
Quem consegue explicar o que aconteceu durante aqueles dias?!
Impossível esquecer
Tantas vidas despedaçadas...
O massacre de crianças: até onde pode chegar a crueldade...
Memorial Centre, Kigali
Hotel Des Mille Collines onde milhares de Tutsis e moderados Hutus se refugiaram.
A maioria acabou por ser assassinada.
Todos deixaram o Ruanda lidar com o seu destino, sendo difícil imaginar um pais que melhor reflecte o falhanço da comunidade internacional em África como este.
O genocídio de 1994 estava à vista de muita gente, de diferentes países, muito antes de acontecer.
E quando aconteceu a comunidade internacional não fez nada para evitar a morte de perto de um milhão de Tutsis em 100 dias.
Quando a RPF (Rwandan Patriotic Front), liderada por Paul Kagame, actual presidente do Ruanda, conseguiu expulsar o exército e a Interahamwe para a RDC e Burundi mais de um milhão de pessoas estava morta e duas milhões estava em campos de refugiados ao longo da fronteira.
A UNAMIR finalmente voltou para o pais em Julho mas era tarde, demasiado tarde.
Apesar de ter sido criado uma comissão em Arusha (Tanzânia) para julgar os responsáveis pelo genocídio, muitos dos militares e membros da Interahamwe refugiaram-se em países estrangeiros como a RCD, Quénia e Camarões nunca tendo sido julgados.
Também, apesar de todos os esforços, milhares de civis Hutus responsáveis directa ou indirectamente pela morte de Tutsis, seus vizinhos, alunos, professores, conhecidos, etc. permanecem por julgar e condenar.
Apesar de expulsos, a milícia Interahamwe continuou a espalhar o terror pelos campos de refugiados na RDC e Tanzânia, fazendo com que esses Tutsi tivessem medo de regressar ao seu país.
O exército da RDC foi cúmplice em alguns dos ataques e o exército Ruandês, RPF, entrou naquela área do Congo para libertar os refugiados e permitir o seu regresso ao Ruanda.
Apesar de todo o sofrimento o Ruanda fez um trabalho extraordinário para sarar as feridas e atingiu um incrível nível de paz e segurança num curto espaço de tempo.
Nos dias de hoje Kigali é uma cidade tranquila, sendo difícil imaginar o terror de há apenas 16 anos atrás.
Vista de uma maneira geral o Ruanda mantém duas tribos principais: a maioria Hutu e os Tutsis (na proporção de 4 para 1).
Apesar do passado sangrento o governo tem feito o esforço para promover a reconciliação e restaurar a confiança entre estas duas comunidades. Depois do que aconteceu não é tarefa fácil mas as coisas estão a mudar: em vez de se falar em tribos fala-se agora de Nação, de Ruanda.
O passado foi cruel para o país. No tempo colonial os Belgas dividiram a sociedade, emitiram bilhetes de identidade em que realçavam aspectos tribais e deram todo o poder aos Tutsis, a minoria, com vista a melhor poderem controlar o resto da população.
Depois quando a independência se aproximou, a Bélgica trocou de lado, atirando Hutus contra Tutsis. O conflito nunca mais cessou e ataques com centenas de mortos repetiram-se esporadicamente até 1994.
Não tendo a culpa exclusiva, a Bélgica tem grande responsabilidade no que aconteceu.
Os lideres do genocídio simplesmente aproveitaram a herança deixada pelos belgas de divisão étnica para promover as diferenças tribais e manipular facilmente a população a seu favor.
Apesar de não poderem esquecer o passado devem aprender com ele para não mais acontecer nada semelhante; devemos todos aprender com o que sucedeu no Ruanda.
O genocídio de 1994 estava à vista de muita gente, de diferentes países, muito antes de acontecer.
E quando aconteceu a comunidade internacional não fez nada para evitar a morte de perto de um milhão de Tutsis em 100 dias.
Quando a RPF (Rwandan Patriotic Front), liderada por Paul Kagame, actual presidente do Ruanda, conseguiu expulsar o exército e a Interahamwe para a RDC e Burundi mais de um milhão de pessoas estava morta e duas milhões estava em campos de refugiados ao longo da fronteira.
A UNAMIR finalmente voltou para o pais em Julho mas era tarde, demasiado tarde.
Apesar de ter sido criado uma comissão em Arusha (Tanzânia) para julgar os responsáveis pelo genocídio, muitos dos militares e membros da Interahamwe refugiaram-se em países estrangeiros como a RCD, Quénia e Camarões nunca tendo sido julgados.
Também, apesar de todos os esforços, milhares de civis Hutus responsáveis directa ou indirectamente pela morte de Tutsis, seus vizinhos, alunos, professores, conhecidos, etc. permanecem por julgar e condenar.
Apesar de expulsos, a milícia Interahamwe continuou a espalhar o terror pelos campos de refugiados na RDC e Tanzânia, fazendo com que esses Tutsi tivessem medo de regressar ao seu país.
O exército da RDC foi cúmplice em alguns dos ataques e o exército Ruandês, RPF, entrou naquela área do Congo para libertar os refugiados e permitir o seu regresso ao Ruanda.
Apesar de todo o sofrimento o Ruanda fez um trabalho extraordinário para sarar as feridas e atingiu um incrível nível de paz e segurança num curto espaço de tempo.
Nos dias de hoje Kigali é uma cidade tranquila, sendo difícil imaginar o terror de há apenas 16 anos atrás.
Vista de uma maneira geral o Ruanda mantém duas tribos principais: a maioria Hutu e os Tutsis (na proporção de 4 para 1).
Apesar do passado sangrento o governo tem feito o esforço para promover a reconciliação e restaurar a confiança entre estas duas comunidades. Depois do que aconteceu não é tarefa fácil mas as coisas estão a mudar: em vez de se falar em tribos fala-se agora de Nação, de Ruanda.
O passado foi cruel para o país. No tempo colonial os Belgas dividiram a sociedade, emitiram bilhetes de identidade em que realçavam aspectos tribais e deram todo o poder aos Tutsis, a minoria, com vista a melhor poderem controlar o resto da população.
Depois quando a independência se aproximou, a Bélgica trocou de lado, atirando Hutus contra Tutsis. O conflito nunca mais cessou e ataques com centenas de mortos repetiram-se esporadicamente até 1994.
Não tendo a culpa exclusiva, a Bélgica tem grande responsabilidade no que aconteceu.
Os lideres do genocídio simplesmente aproveitaram a herança deixada pelos belgas de divisão étnica para promover as diferenças tribais e manipular facilmente a população a seu favor.
Apesar de não poderem esquecer o passado devem aprender com ele para não mais acontecer nada semelhante; devemos todos aprender com o que sucedeu no Ruanda.
Neste momento em Kigali vê-se investimento, estrangeiros e a população em geral está optimista.
Não me lembro de nenhuma cidade em África (talvez apenas a Cidade do Cabo) com os níveis de organização, limpeza e serenidade que encontrei em Kigali.
Ruas de Kigali nos dias de hoje
Gostei muito de estar por lá. Fiz amizades, bebi uns copos nas discotecas locais, comi bem e passeei pelas ruas da cidade.
Apesar de me sentir confortável ali não consegui livrar-me de uma sensação esquisita, um nó na garganta que sempre me acompanhou no Ruanda quando pensava no que ali aconteceu e na quantidade de pessoas envolvidas.
Uma das actividades em que o novo Ruanda aposta fortemente é o Eco-turismo e a sua mais importante fonte de rendimento, à semelhança do Uganda, são os gorilas da montanha.
Formando uma fronteira natural com a RDC o Parque Nacional dos Vulcões ou Virunga é o habitat para alguns dos últimos gorilas existentes.
Apesar disso o País-das-mil-colinas como é chamado é também conhecido pelas suas verdejantes montanhas e belas praias junto do Lago Kivu.
Depois de ter passado alguns dias em Kigali o meu próximo destino foi Gisenyi no Norte, nas margens do Lago Kivu, a um par de quilómetros de Goma, cidade da RDC.
Na viagem pelas belas estradas de montanha do Ruanda passei pelo Parque Virunga onde, uma vez mais, mantive a Miss An à porta.
Apesar de ser um dos poucos locais do mundo onde é possível ver gorilas da montanha, mantenho a opinião que já expressei quando passei pelo Uganda, na Floresta de Bwundi.
Apesar de ser um dos poucos locais do mundo onde é possível ver gorilas da montanha, mantenho a opinião que já expressei quando passei pelo Uganda, na Floresta de Bwundi.
Independentemente destes animais, o cenário do Parque Nacional dos Vulcões é um dos mais impressionantes do Ruanda e de toda a África: simplesmente fabuloso. Que pena que muitas pessoas venham ao Ruanda apenas para ver os Gorilas; que desperdício.
Apesar de querer poupar a Miss An não me contive e preferi seguir por uma estrada alternativa, concorrendo o seu mau estado com a da estrada de Turkana, até Gisenyi.
Escolher caminhos alternativos, embora geralmente mais desconfortáveis e demorados, permitem-me estar mais em contacto com os habitantes de pequenas aldeias que de outro modo, em estradas de alcatrão seria difícil.
Ali, nas aldeias afastadas das estradas principais, as pessoas levam as vidas que sempre levaram desde à muitas gerações; o seu estilo de vida parece ser igual ao que devia ser à centenas de anos atrás.
Escolher caminhos alternativos, embora geralmente mais desconfortáveis e demorados, permitem-me estar mais em contacto com os habitantes de pequenas aldeias que de outro modo, em estradas de alcatrão seria difícil.
Ali, nas aldeias afastadas das estradas principais, as pessoas levam as vidas que sempre levaram desde à muitas gerações; o seu estilo de vida parece ser igual ao que devia ser à centenas de anos atrás.
Caminho para Gisenyi e paragem no Parque Nacional dos Vulcões
Aldeias "perdidas" perto do Parque Nacional dos Vulcões, um dos cenários mais bonitos do Ruanda
No final do dia cheguei até às margens do Lago Kivu, um pouco mais para sul de Gisenyi, um local simplesmente magnifico. Montei tenda e por lá fiquei alguns dias a apreciar toda aquela paisagem.
Nas margens do Lago Kivu, um dos lagos mais bonitos de África
Apesar de não ter acesso ao mar, no Ruanda não deixa de ser possível gozar uma férias numa das lindas praias junto do Lago Kivu.
E se olharem para o mapa podem notar que toda a extensão do Ruanda, a parte Oeste do país, percorre o Lago.
Do outro lado, a República Democrática do Congo, faz-se presente. Até ao sul da Tanzânia, a alguns milhares de quilómetros de distância, as montanhas RDC são visíveis.
O Lago Kivu com uma profundidade máxima de 500 metros é um dos lagos mais profundos do Mundo.
E ali, em Gisenyi, com lindas paisagens e uma praia de areia capaz de fazer inveja a muitos resorts junto ao mar, apenas a questão de imagem e localização (ao lado da RDC) faz com que os turistas cheguem ali muito timidamente, sem permanecer muito tempo.
Infelizmente a cidade teve um papel relevante na guerra civil do Ruanda, no Genocídio em 1994 e nas guerras posteriores com a RDC. Partilhar fronteira com este país não traz nada de bom e apesar de hoje a cidade estar tranquila e segura ainda são poucos os turistas que se aventuram a ali chegar e permanecer.
Fronteira Ruanda-RDC
Praia em Gisenyi. A umas centenas de metros fica Goma, a cidade fronteiriça na RDC
Hotel Serena. Durante o genocídio serviu de quartel-general às forças do governo que aproveitavam a sua localização estratégica perto da RDC (para se refugiarem quando as coisas "aqueceram")
Muitos barcos de pesca tradicionais animam a vida no lago e em vários locais pode observar-se actividade vulcânica
Desde Gisenyi viajei sempre com o Kivu à vista pelas estradas de terra batida até Cyangugu quase na fronteira com o Burundi. Foi uma viagem de dois dias com paragem em Kibuye e, correndo o risco de repetir-me, foi das viagens mais bonitas que fiz de mota: inacreditável o cenário de montanhas com vista para o lago, atravessando aldeias de pescadores.
Estrada ao longo do Lago Kivu, uma das mais fantásticas por onde já passei
Kibuye: 90% da população mais de 50.000 Tutsi foi assassinada em 1994
Hotel em Kibuye, com vista para o lago Kivu
Prefiro nem saber o que se passou nessa noite em Kibuye quando a Miss An ficou sozinha com estes dois "polícias GS´s"
Viagem até Cyangugu no Sul do Ruanda
No caminho para Butare, a cidade onde pernoitei antes de seguir para o Burundi, atravessei o Parque Nacional de Nyungwe, simplesmente a mais importante área de bidiversidade do país e um dos mais importantes na região Este africana.
Ainda antes de Butare visitei o museu do genocídio em Gikongoro, numa das regiões mais afectadas em 94 onde morreram nas mãos do governo e das milícias da Interahamwe milhares de pessoas. Este é um dos museus mais impressionantes do Ruanda onde centenas de corpos foram exumados e permanecem exactamente como foram mortos. Assim, corpos de crianças, mulheres e idosos continuam com as marcas das catanas e outra armas com as quais morreram naquele local.
Para nunca mais esquecer...
Parque Nacional de Nyungwe, no Sul do Ruanda
Gikongoro, onde mais de 10.000 pessoas foram mortas em algumas horas
"In the end, we will remember not the words of our enemies, but the silence of our friends"
Martin Luther King, Jr.
"FREE AT LAST, FREE AT LAST!"
ResponderEliminar*MLK*
Bjos MIS ;)